A grande história de justiça da mulher negra no séc. XIX

 Mulher definida por sua vivência icônica e irreal à sua época, Eva Maria do Bonsucesso foi uma negra alforriada e dona de seu próprio negócio que, diante de um momento problemático, retornou o tratamento que teve esbofeteando um homem branco.

 Após uma cabra roubar-lhe bananas e couve de sua venda de frutas e hortaliças na Rua da Misericórdia na cidade do Rio de Janeiro, Eva optou por correr atrás de suas mercadorias, que lhe davam alimento a si e a seus filhos. Durante a perseguição ao animal ladrão, o dono do mesmo, José Inácio de Sousa, amigo de Dom Pedro I meteu um tapa nas faces da heroína que perseguiu sua propriedade. Da mesma forma em que foi recebida,em forma de retorno, a heroína esbofeteou o homem. 

 De forma justa e com o apoio de 30 testemunhas, a vendedora teve o prazer de assistir o agressor ser posto atrás das grades. Portanto, em julho de 1811 foi possível encontrar os direitos de uma mulher negra e livre serem colocados acima dos privilégios de um homem branco e da alta sociedade. Uma história exemplar para a luta racial e femininista.

 A autora da qual esta pesquisa se baseia escreve:  

Ela foi Eva Maria

Pulso de trabalhadora

Por direito de viver

Incansável lutadora

Ela deu foi um exemplo

Que rompeu o véu do tempo

E lhe fez mais redentora.

(ARRAES, 2020, p.72)

 

Fonte: SOUSA, Jayne Lima de. Mulheres negras que lutaram contra as opressões sociais: um estudo da perspectiva histórica de Jarid Arraes. 2022. 48f. Monografia (Graduação em Pedagogia) - Universidade Federal do Tocantins, Campus de Miracema, Miracema do Tocantins, 2023.

Responsável: Ana Beatriz Martinho dos Santos (Graduanda em Ciências Sociais - FFLCH/USP)